CLUBE
DE LEITORES
Leitores
do futuro
Era uma vez, um grupo de alunos da
Escola do 2.º e 3.º CEB de Oliveira do Hospital, que se juntou à professora
Isabel para formar o Clube de Leitores, na biblioteca da sua escola.
Uma segunda-feira, estava o grupo a
escolher um livro para ler, quando o Alexandre disse:
– Venham ver este livro. Olhem para
esta página!
O resto do grupo juntou-se-lhe e
viram uma página em branco que se abriu como uma passagem
Eles, como eram curiosos, resolveram
entrar e, quando deram por isso, estavam num jardim muito esquisito.
– Uau! Que fixe! – exclamou o Gonçalo.
– Esta árvore não vos faz lembrar o
nosso livro? – perguntou a Daniela.
– Agora que falas nisso, olha que
até parece – respondeu a Beatriz.
– Se repararem bem, a copa tem a
forma de um livro aberto, o que a torna original – disse a professora.
– Que estranho! Todas as árvores têm
formas diferentes da nossa! – exclamou o Gonçalo.
De seguida, o Alexandre disse:
– É melhor sairmos daqui, pois pode
aparecer alguém e não gostar de nos ver por cá.
– Então, seguimos por aquele caminho
– indicou a Beatriz.
De seguida, o grupo caminhou para lá
e encontraram uma casa que parecia abandonada. Quando bateram à porta para
pedirem indicações, verificaram que ela se abriu e eles decidiram entrar,
apesar de sentirem medo. Vasculharam todos os compartimentos e verificaram que
a casa já não estava habitada há muito tempo.
Quando anoiteceu, o grupo permaneceu
na casa e, durante o sono, imaginaram a quem teria pertencido aquela mansão.
De súbito, a Daniela acordou e
decidiu ir à cozinha, procurar alguma coisa para comer, pois estava com fome.
Ao caminhar, houve uma tábua do chão que rangeu e ela levantou-a. Lá dentro,
descobriu uma lanterna e comida enlatada. Ligou a lanterna, para ver se
funcionava, e viu que o prazo de validade da comida ia até ao ano de 2113.
Seguidamente, foi acordar os outros,
para os avisar da sua descoberta.
– Vocês acreditam que eu encontrei
comida debaixo do soalho?
– Tu não estás bem da cabeça! – exclamou
a Beatriz.
– Explica-te melhor, Dani – pediu a professora.
– Estava lá esta lanterna, que
funciona, e comida enlatada.
– Como estou com fome, dá-me cá uma
lata de salsichas – solicitou o Gonçalo.
O Gonçalo, quando pegou na lata, viu
a data de validade e exclamou:
– 2113! Então, em que ano estaremos nós?
– Será que viajámos para o futuro? –
questionou o Alexandre.
Como estava a amanhecer, o Alexandre
afastou-se do grupo e, ao sentar-se numa cadeira, tocou num botão que estava
por baixo do assento. Nesse momento, rodou uma parede e o jovem foi
transportado para dentro de um escritório.
Quando se viu sozinho num local
desconhecido, o Alexandre gritou por ajuda, mas ninguém o ouviu. Então,
dirigiu-se à secretária e pegou num jornal que lá estava e reparou que tinha a
data de janeiro de 2113 e aparentava ser novo. De seguida, sentou-se de novo na
cadeira que o tinha transportado para lá e, nesse momento, caíram-lhe algumas
folhas do jornal para o chão. Ele debruçou-se para as apanhar e viu um botão
por baixo daquela cadeira. Carregou nele, a parede rodou e ele foi parar à sala
onde estavam os seus colegas, que já andavam à sua procura.
– Por onde é que tu andaste? –
perguntou a Beatriz.
– Sentei-me numa cadeira que me
levou para uma divisão que está escondida e, lá, encontrei este jornal que tem
a data de 2113 – respondeu o Alexandre.
– Leva-nos até lá – pediu a Daniela.
– Encostem-se aqui e preparem-se
para andar num carrocel – brincou o Alexandre.
Juntaram-se todos num círculo, o
Alexandre carregou no botão da cadeira e foram todos parar à tal divisão.
– Oh, my God! – exclamou a Beatriz.
– Olhem só que mobiliário tão estranho!
De repente, houve um armário que se
abriu e, lá dentro, estava um livro igual ao que tinham visto na biblioteca da
escola, só que, em vez de ter uma página em branco, tinha uma imagem de uma
cidade.
– Que desenho tão estranho! – disse
a professora.
– Onde será que fica esta cidade? –
perguntou o Gonçalo.
Inesperadamente, abriu-se uma
passagem, todos seguiram por ela e foram sair a uma cidade igual à do livro.
– Olhem, está ali alguém. Vamos
saber onde e em que época estamos – disse a Daniela.
Dirigiram-se, de seguida, a uma
pessoa, cumprimentaram-na e ficaram surpreendidos com a resposta:
– Estamos em Portugal, no século
XXII, no dia 27 de maio de 2113.
– E como se chama esta cidade? –
questionou a Beatriz.
– Oliveira do Hospital.
– O quê?! Então, estamos na nossa
terra?! – admirou-se o Alexandre.
– Obrigado e adeus! – despediu-se,
apressadamente, o Gonçalo.
O grupo afastou-se da pessoa e
combinou ir à procura da escola de onde tinham saído. E, quando a encontraram,
quase que não a reconheceram, pois estava totalmente diferente.
Chegados à portaria,
identificaram-se e pediram ao funcionário se se podiam dirigir à biblioteca.
Entraram, procuraram o livro e só o encontraram na arrecadação, onde estavam os
mais antigos. Abriram-no, encontraram um desenho com cinco pessoas iguais a
eles e entraram numa passagem, que os trouxe de volta ao século XXI.
Quando os viu de novo, a dona
Anabela, que trabalha na biblioteca da escola, ficou admirada, pois tinha dado
pela falta deles e não os tinha visto entrar.
Então, a Daniela explicou-lhe que
tinham feito uma viagem ao futuro e a dona Anabela não acreditou. Só quando a
professora lhe contou, com pormenores, o que tinha acontecido, é que a senhora
começou a crer que algo de muito estranho se tinha passado, no seu local de
trabalho. Então, exclamou:
– Vocês são, mesmo, uns leitores
futuristas!
– Nós somos é, mesmo, leitores do
futuro! – concluíram todos, a rir.