quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

FESTAS FELIZES

Um Santo Natal e um Feliz 2010

São os votos da Equipa da BE/CRE

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Feira do Livro e Cabaz das Letras

Com o propósito de estimular para a leitura, a BE/CRE lançou o repto "Este Natal ofereça um Livro". Para tanto organizou um Cabaz de Letras e promoveu uma Feira do Livro, que está patente do dia 14 ao dia 18 de Dezembro, com abertura alargada a toda a comunidade até as 22 horas, na 4ª e na 5ª feira. Até ao momento, os objectivos da actividade corresponderam às expectativas, tendo já sido vendido um número considerável de livros.


Para a equipa da Biblioteca é gratificante ver que as suas iniciativas são bem aceites pela comunidade escolar e o seu empenho em envolver os alunos na leitura está a "dar frutos".




CLUBE DE LEITORES

Com o objectivo de estimular o gosto pela leitura, criou-se, nesta BE/CRE, o CLUBE DE LEITORES. As professoras bibliotecárias têm sensibilizado os alunos para o integrarem e com um grupo de 4 alunas, surgiram os primeiros resultados.
Estas alunas fizeram a leitura do conto tradicional "João Pateta" e recriaram-no dando-lheu m cunho pessoal.
Fica aqui a nova versão.
Deixe seu comentário.

História do João Pateta

ERA uma vez uma pobre viúva que tinha um filho pateta.
Dª Albertina era uma senhora forte e bonita. O que chamava mais a atenção no seu rosto era uma mancha castanha em forma de moeda. Alcoviteira, por natureza, os vizinhos receavam-na.
Os seus olhos eram grandes e castanhos e as sobrancelhas grossas e arqueadas. A boca era fina e rasgada. Por cima dos lábios podíamos ver um pequeno ” bigode”.
Dª Albertina era muito amiga do seu filho, mas, por vezes, ficava um pouco nervosa com as patetices que ele fazia. Como era gananciosa, preocupava-se com os gastos que ele fazia.
João Pateta era um menino muito tolo. Ele era um jovem muito bonito que ajudava muito a sua mãe. O que o marcava mais era ter um nariz batatudo, até o chamavam de “Batata”.
Ele era de estatura média, o seu rosto era oval e muito rechonchudo. Tinha os olhos grandes e esverdeados e no Verão ficavam cinzentos. O seu cabelo era castanho muito escuro e agarrado à cabeça e era muito interessante porque tinha um remoinho. As suas sobrancelhas eram castanhas.
Ele, na realidade, era muito simpático, mas, quando lhe dava na telha, era pateta.
Tudo quanto lhe mandavam fazer, fazia, mas mal.
— Valha-me Deus! Que hei-de fazer com este rapaz? — Queixava-se a pobre mãe.
— Porque não o habitua mais à vida? — perguntava uma vizinha. — Obrigue-o a fazer qualquer coisa tudo; menos esta mandriice…
— Tem razão Vou ver se ele é capaz de me executar um serviço..
E aproximando-se do filho:
— Tu saberás vender uma peça de linho sem fazer algum disparate?
— Sei, sim, minha mãe.
— Então, ouve com atenção: Vais por aí fora e não cortas nem à direita nem à
esquerda. Vais sempre a direito ouviste?
— Ouvi, minha mãe.
— Vou-te dizer o preço da peça de linho e não vendas por menos seja a quem for. Evita fazer negócio com mulheres, porque, em geral, falam muito e oferecem pouco. Deves escolher uma pessoa que esteja só.
Farás negócio mais rendoso.
Fixou o preço, o rapaz ouviu-a atentamente, prometeu obedecer-lhe e lá se pôs a caminho.
Passou por várias encruzilhadas pelas quais chegaria mais depressa a um ou outro povoado ali perto e onde poderia vender facilmente a formosa peça de linho, mas, como a mãe lhe dissera que fosse sempre a
direito entendeu, que não devia cortar nem à direita nem à esquerda.
Ao cabo duma larga caminhada encontrou a mulher do farmacêutico, que conversava com duas raparigas à porta de sua casa.
Reconhecendo-o, e vendo a peça de linho, perguntou--lhe com um sorriso:
— Ó João, essa peça é para vender? Por quanto a vendes?
Não ouves?
— Não me entendo com mulheres — respondeu ele, andando sempre.
E por mais que ela tentasse demovê-lo daquele firme propósito,
oferecendo-lhe até uma boa quantia, nada pôde conseguir...
Pouco depois, chegou a um pequeno largo onde havia uma estátua de um benemérito da terra.
— Ora até que enfim que encontrei a pessoa com quem vou fazer negócio.
E, dirigindo-se para a estátua, acrescentou, com muita convicção:
— Queres comprar esta peça de linho?
Como era natural, a estátua não respondeu.
— Não dizes nada? Está bem. O preço é uma pechincha. E enquanto contas o dinheiro vou, ali comprar uma melancia com uns tostões que aqui tenho.
E, pousando a peça junto da estátua, foi em busca da melancia.
Entretanto, alguém que passava levou-lhe a peça de linho.
Ao regressar com a melancia, disse à estátua com certo azedume;
— Agora dá cá o dinheiro.
A estátua não respondia.
— Vá, não me faças perder tempo!
A estátua continuava, evidentemente, impassível.
— Se não me dás o dinheiro, agarro naquele pau e esfrangalho-te a cabeça
Cumpriu a dura ameaça. A estátua era oca, mas tinha dentro da cabeça umas tantas moedas de ouro.
— E não me querias pagar — gritava o pateta apanhando todas as moedas e guardando-as num bolso das calças.
Ao chegar a casa disse logo à mãe, muito contente:
— Venha ver minha, mãe, venha ver! Vendi a peça de linho por este dinheiro todo!
A mãe ficou muito surpreendida e concluiu que o filho encontrara, certamente por acaso, aquele ouro e que por completo ignorava o seu verdadeiro valor.
Pensou em guardá-lo debaixo dum tijolo da lareira, mas, lembrando-se de que o filho podia dar a notícia aos vizinhos complicando a sua vida de mulher simples e pobre, arrecadou as moedas dentro dum cântaro de barro e disse-lhe, disfarçando o grande contentamento:
— Enganaram-te, meu pateta! Isto não presta para nada. Deram-te dinheiro falso. Para a outra vez, espero que sejas mais esperto.
E saiu, a caminho da missa.
Daí a momentos passou um velho trapeiro.
— Olhe lá — diz-lhe o pateta — quer comprar estas moedas? São falsas, mas talvez lhe sirvam para alguma coisa...
E despejou o cântaro à entrada da porta.
O trapeiro viu logo que eram autênticas moedas de ouro.
— Pois sim, ofereço por todas doze moedas de cobre.
— Venham elas — disse o rapaz — está o negócio fechado.
E o trapeiro deu-lhe as doze moedas e foi-se embora apressadamente.
Assim que a mãe chegou, o João disse-lhe logo:
— Acabo de fazer negócio, mãe. Vendi aquela porcaria por doze moedas de cobre!
— O quê? Vendeste as moedas de ouro por doze moedas de cobre? Ai, filho, que grande asneira fizeste!
— Então a mãe não me disse que aquilo não prestava para nada?
A mãe pensou melhor e viu que realmente tinha alguma culpa, pois ela é que não confiava no filho, achava que ele não tinha cabeça para pensar.
A partir deste dia começou a dar-lhe mais tarefas para o responsabilizar.
Mandou-o à farmácia:
- João, vai à farmácia e traz uma caixa de comprimidos para as dores de cabeça e uma pomada para as dores de pernas. Não aguento com tanta dor.
O João partiu e a mãe pensou:
-Este filho vai trazer tudo ao contrário.
Passado meia hora o João regressou com tudo direito como a mãe pedira e ainda trouxe uma mantinha para a mãe se aconchegar depois de esfregar a pomada e tomar os comprimidos.
A mãe ficou muito feliz e pensou:
-Afinal o meu filho é capaz, só precisa é que acreditem nele.
A partir desta altura, o comportamento do João mudou. A confiança que a mãe lhe deu foi o suficiente para ele se tornar num rapaz responsável.